RISE apoia webinar centrado na mulher e saúde cardiovascular

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Iniciativa contou com a participação de investigadores do Laboratório Associado RISE

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto organizou, no passado dia 25 de fevereiro, o webinar “Women and Heart Health: Unpacking Sex Differences in Cardiovascular Research”, uma iniciativa que contou com o apoio do Laboratório Associado RISE.

Cristina Gavina, diretora do Serviço de Cardiologia da ULS de Matosinhos e investigadora do Laboratório Associado RISE (RISE-Health@RISE/FMUP) abordou os mitos e factos associados às doenças cardiovasculares em mulheres. A especialista começou a sua intervenção por desvendar que a perceção do cancro da mama enquanto principal causa de morte entre mulheres é um mito, mencionado que “as mulheres têm treze vezes maior risco de morrer de doença cardiovascular do que do cancro da mama”, apontou a investigadora.

“Nós temos muita tendência a subestimar o risco cardiovascular nas mulheres, o que faz com que estas sejam tratadas de forma muito menos intensiva. Por outro lado, há muito menos adesão terapêutica porque as mulheres também não têm perceção do seu risco”, vincou, acrescentando que “existe uma necessidade de personalização terapêutica em termos de género e sexo”.

Ana Filipa Ferreira (RISE-Health@RISE/FMUP) debruçou-se sobre o impacto dos fatores de risco cardiovascular na remodelação cardiovascular induzida pela gravidez. De acordo com a investigadora, “a consciencialização e otimização terapêutica no período do pós-parto tem um impacto significativo no padrão de remodelagem reversa e poderá ter impacto no desenvolvimento da doença cardiovascular a longo-prazo”, explicou.

Margarida Grego que, durante a sua intervenção, explorou possíveis mecanismos subjacentes às diferenças sexuais na estenose da válvula aórtica, utilizando técnicas que vão desde a histologia à biologia molecular, reforçou que, atualmente, a substituição da válvula é o único tratamento efetivo.

“Atualmente, o diagnóstico da estenose aórtica ainda assenta, essencialmente, na sintomatologia do doente, porém, se não forem intervencionados, menos de metade sobrevive mais de cinco anos”, apontou a investigadora, mencionando que é necessário desenvolver “biomarcadores que sejam monitoráveis no plasma de acordo com o sexo do doente”.

Rita Ferreira, por sua vez, apresentou o projeto de investigação “SEXDIFEND – Exploring SEX-specific DIFferences in ENDothelial (dys)function towards improved HFpEF management”, do qual é Investigadora Principal, uma iniciativa financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O webinar “Women and Heart Health: Unpacking Sex Differences in Cardiovascular Research” integra o projeto de investigação “SEXDIFEND – Exploring SEX-specific DIFferences in ENDothelial (dys)function towards improved HFpEF management” e contou com a participação de estudantes, docentes e investigadores de diferentes instituições.