Laboratório Associado RISE reforça debate para garantir futuro mais saudável
RISE Day contou com a participação de mais de 150 participantes para debater o impacto da investigação clínica na garantia da saúde
O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) recebeu o “RISE Day: Clinical Research for a Healthier Future”, iniciativa do Laboratório Associado RISE que, no passado dia 23 de outubro, juntou figuras de renome da investigação nacional.
No Auditório Principal do IPO-Porto, Fernando Schmitt (CINTESIS@RISE), coordenador do RISE, juntamente com Júlio Oliveira, diretor do IPO-Porto, e com a investigadora Carmen Jerónimo (CI-IPOP@RISE), destacou que o RISE Day “é uma oportunidade de networking” entre investigadores, especialmente os mais jovens.
A inovação em prol da ciência e dos cuidados de saúde
Na 3ª edição do RISE Day, Paula Paulo (CI-IPOP@RISE) abordou o papel dos cílios primários na transformação oncogénica na próstata. De acordo com a investigadora, a degradação de cílios primários, que funcionam como uma espécie de antena celular, regulando a sinalização e mantendo a homeostase da célula, reforça o desenvolvimento de tumores.
Na sessão dedicada à oncologia, Isabel Duarte, investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS@RISE), centrou a sua intervenção no impacto que a genómica tem vindo a ter na investigação focada no cancro, algo que, na visão da especialista, permitiu desenvolver ferramentas de modelos machine-learning que, consequentemente, “permitiram alcançar grandes avanços na gestão do cancro”, explicou.
Tal como Paula Paulo, a investigadora Margareta Correia (CI-IPOP@RISE) refletiu sobre os avanços no tratamento do cancro da próstata, abordando, por sua vez, o papel da imuno-epigenética nos tumores da próstata. Já José Alexandre Ferreira (CI-IPOP@RISE) centrou-se no desenvolvimento de uma vacina para tratamento de cancro através de glicoantigénios, biomoléculas ligadas a açúcares.
O apoio a jovens investigadores
A sessão da manhã ficou marcada pela revelação do vencedor da Pepe Grant, iniciativa promovida pelo Laboratório Associado RISE, em parceria com o antigo “camisola” três da seleção portuguesa de futebol, Pepe, que marcou presença no evento e que entregou, formalmente, a Pepe Grant à doutoranda Bárbara Caetano da Mota, estudante da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Na 3.ª edição do RISE Day, que contou com a participação de Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP, e de António Soares, diretor executivo do RISE, o ex-atleta, realçou que “é muito importante para o nosso país ter um Laboratório [Associado] como o RISE”, apelando a mais doações para a investigação nacional. Altamiro da Costa Pereira, por sua vez, reforçou a importância da Pepe Grant para a investigação, para os jovens investigadores e para o Laboratório Associado RISE.
Investigação centrada no coração, tecnologia e inovação
Durante a manhã, o RISE Daycontou ainda com intervenções de João Sérgio Neves, Tiago Velho, Miguel Menezes (CCUL@RISE) e Francisca Saraiva (UnIC@RISE), que, nas suas intervenções, abordaram temas como a insuficiência cardíaca, as alterações metabólicas causadas por stress cirúrgico, a utilização da Inteligência Artificial na angiografia coronária, consórcios e ensaios iniciados por investigadores.
A sessão da tarde do RISE Day teve início com uma keynote lecture encabeçada por Joana Assis e Beatrice Mainoli, investigadoras do Centro de Investigação do IPO-Porto (CI-IPOP@RISE), que, conjuntamente, deram a conhecer o trabalho que têm vindo a desenvolver no âmbito do programa de oncologia de precisão do IPO-Porto.
Ana Margarida Ferreira (CINTESIS@RISE) abordou a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento de soluções inovadoras no setor da saúde. Na visão da especialista, “é necessário inovação, inclusão, diversidade e novas tecnologias para solucionar problemas já existentes, mas também otimizar soluções e criar novas ferramentas de resposta para novos problemas”.
Bernardo Sousa Pinto (CINTESIS@RISE), durante a sua intervenção, debruçou-se sobre o papel que o uso de dispositivos móveis, como smartphones, pode ter no tratamento da rinite. Já Tiago Taveira Gomes abordou os desafios associados a iniciativas colaborativas com uso de ferramentas eletrónicas no setor da saúde.
João Vasco Santos,por sua vez, debruçou-se sobre a perspetiva económica dos sistemas e políticas de saúde. De acordo com o investigador, quanto à eficácia do sistema de saúde, Portugal “tem valores muito positivos no que diz respeito às doenças cardiovasculares, mas não tão positivos no campo das doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV”, esclareceu.
Saúde da Comunidade
Com a visão centrada na comunidade, os investigadores Francisco Sampaio, Ana João Santos, Cláudia Marques e Rui Valdiviesso, investigadores do CINTESIS (CINTESIS@RISE), abordaram os mais recentes desafios da saúde comunitária. De acordo com Francisco Sampaio, “em Portugal, há jovens que estão a sofrer de ansiedade devido às alterações climáticas”, apontou o especialista.
Ana João Santoscentrou a sua intervenção na apresentação de um projeto de investigação focado na prevenção do cancro. Já Cláudia Marques abordou o impacto da suplementação com Hafnia alvei HA4597™ na perda de peso e na modulação da microbiota intestinal após cirurgia bariátrica, tendo realçado que “a obesidade continua a ser um dos desafios do setor da saúde a nível global”. Esta é uma patologia que, de acordo com a especialista, irá continuar a crescer, sendo expectável que, “em 2035, quase um quarto da população seja obesa”.
O investigador Rui Valdiviesso abordou a importância da nutrição e estado funcional na insuficiência cardíaca, doença que, segundo o investigador, representava 2.6% dos gastos do setor público de saúde.
O RISE Day fechou com as intervenções de Diogo Magalhãese Maria Manuela Estevinho, que centraram as suas intervenções na utilização de biomarcadores de neutrófilos séricos para prever a progressão da doença de Crohn e melhoria histológica e histo-endoscópica e remissão com terapia avançada na colite ulcerosa.
Na sessão de encerramento, Carmen Jerónimo (CI-IPOP@RISE) e Fernando Schmitt (CINTESIS@RISE) destacaram a necessidade de “estudar a doença como um todo” e o impacto positivo que a colaboração poderá trazer à investigação e, consequentemente, ao setor da saúde.